terça-feira, dezembro 29, 2020

CONHECER A MENTE E OS PENSAMENTOS

 

                                     CONHECER A MENTE E OS PENSAMENTOS



                                                 Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

Enquanto o homem continuar indiferente ao conhecimento básico do princípio mental – antes do Verbo foi a mente – e não se convencer de que os pensamentos são forças que atuam no mundo, dentro e fora de seu ser, não poderá se emancipar jamais da ação direta ou indireta deles sobre sua mente, já que eles são, de certo modo, os participantes mais ativos de todos os seus movimentos internos, conscientes ou inconscientes, influenciando seu ânimo e intervindo, de forma decisiva, em cada um dos passos que dá em qualquer direção e para qualquer fim.

Alguém poderá perguntas: “que necessidade tenho de conhecer minha mente, se posso empregá-la do mesmo modo e fazer tudo quanto me apetece?” A isso responderemos que é verdade; mas aquele que, ao pensar, sabe por que leis pensa, já tem uma vantagem sobre quem ignora tal coisa. Além disso, quem não conhece como atuam os pensamentos dentro e fora de sua mente estará sempre à mercê de seus impulsos, sem que a razão, utilizando a vontade, possa sofreá-los.

O conhecimento permite desalojar da mente todo pensamento pernicioso que rebaixe a condição do ser humano.

O homem, em geral, toma o cuidado de não ingerir alimentos que, segundo sabe, haverão de lhe fazer mal, mas amiúde esquece que deve fazer o mesmo com os pensamentos que, por experiência, conhece como maus.

Infeliz do que prefere se enganar, crendo-se dono absoluto de seus pensamentos e de seus atos! A crônica diária nos mostra quão errônea é essa atitude de desprezo em relação a toda tentativa de modificar seu conceito; nesses casos se diz, porém, para justificar desvios incompreensíveis, que o homem é joguete do destino.

Não se deve atribuir tal responsabilidade ao destino, uma figura que, se se quer, pode ser chamada de sideral, por sua abstrata e ignota relação com nossa maneira de ser, de sentir, de pensar e de agir.

Assim, não sendo o destino quem se compraz em brincar com a vida humana, pois seria uma insensatez pensar tal coisa, devemos admitir que, mais perto de nós, algo atua com diligência e rapidez, e esse algo não pode ser outra coisa que os pensamentos.

Admitamos, então, que são os pensamentos – não no conceito ambíguo e errôneo que a generalidade tem deles, mas sim tais quais eles são na realidade – quem imperam no mundo mental em que vivemos. Se não nos preparamos para buscá-los, descobri-los e dominá-los, não seremos outra coisa senão joguetes de suas hábeis manobras, e nessas condições não poderemos esperar nunca o desfrute de uma verdadeira felicidade.

Em resumo, quem não prefere possuir as riquezas do conhecimento a ter de se ver exposto a enfrentar as difíceis situações em que a ignorância o coloca?



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