A SENSIBILIDADE UNIVERSAL
Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
Desse estudo pude observar que ao cultivar a sensibilidade eu vou descobrindo que a vida passa a ter outro colorido, instantaneamente compreendo quando minha conduta é boa ou quando não me porto muito bem, ou mal. A sensação interna de aprovação ou reprovação é experimentada sem que a minha razão interfira.
E desse cultivo eu posso estabelecer contato com outras sensibilidades e ainda com a sensibilidade universal.
O segredo está, então, em cultivar a sensibilidade.
Como cultivá-la se nem sequer sabia chorar com o sentimento? Digo não sabia porque hoje minha conduta mudou muito, ao me recordar de que em muitos momentos verti lágrimas que manifestavam gratidão a um ser querido, a um instante vivido, a um bem recebido.
O contato com a sensibilidade universal se pode dar através do sofrimento. Entretanto o grande é encontrar esse contato, justamente, nos momentos de felicidade e não de sofrimento.
É, portanto, mais difícil estabelecer esse contato com a sensibilidade universal nesses estados de alegria, de prazer, porque nesses instantes estamos adormecidos.
E uma deficiência que nos impede de estabelecermos o contato com a sensibilidade universal, quando estamos alegres é o esquecimento.
Quando sofremos queremos que todo o mundo pense em nós.
Observo que percebo muitas manifestações da sensibilidade universal e que têm conseqüências práticas em minha conduta de ser humano.
Quais são essas conseqüências?
Recordar de Deus nos momentos de alegria e de júbilo é uma conduta que vou adotando à medida em que cultivo minha sensibilidade.
Em certa ocasião fui ao campo, em uma região muito bonita, em que a natureza se mostrava exuberante e ao ver a vaca alimentando sua cria experimentei uma sublime sensação indescritível em palavras. Não estaria aí a manifestação da sensibilidade universal?
Há imagens que refletem essa sensibilidade universal. A imagem do sol que esta generosamente iluminando a terra. A imagem de que a alma é uma partícula de Deus. A de que devemos ser como os rios que renovam constantemente suas águas. A de que as montanhas existem para nos dizer que nem tudo e baixo neste mundo, que há alturas que podemos escalar. A de que há plantas que crescem e que, por sua vez, dão sombras para aquelas que lhe abrigaram quando era tenra. A de que na natureza nada dá saltos. A planta humana que pode dar frutos constantemente. Ver no bem que faz o semelhante a presença de Deus.
CONSEQÜÊNCIAS DESSE CULTIVO DA SENSIBILIDADE EM MINHA CONDUTA
No ambiente familiar vivi e vivo inúmeros momentos em que entro em contato com minha própria sensibilidade, com a sensibilidade dos demais e ainda com a sensibilidade universal.
Após sofrer uma derrota e me esforçar por extrair dela o elemento que me faltou para vencer, escrevi em meu caderno de vivências, de forma profundamente sentida:
"Estou aprendendo a enfrentar as lutas da vida com valor. Saber me levantar de uma queda e prosseguir na luta até alcançar o objetivo almejado. Nunca me deixar abater pelo peso da queda.
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