sábado, dezembro 26, 2009

SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MENTAL

SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MENTAL


Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

O que conheço do meu sistema mental?

Sei que possuo duas mentes ainda para mim desconhecidas, em sua maior parte.

A mente é um espaço onde se encontram as faculdades e os pensamentos.

Como tenho usado minha mente? Uso com muita frequência a mente inferior, porque ocupo mais o meu tempo tratando das coisas de minha subsistência.

O espaço mental dedicado às coisas do espírito é bem pequeno.

A absorção pelos assuntos materiais é bem grande, quase que não há espaço mental para os assuntos de ordem transcendente.

Onde está a falha?

Há falta de interesse para os temas pertinentes ao espírito?

Os pensamentos que gravitam nessa mente e que mais transitam nela são de ordem física, encarregados da solução dos problemas de natureza material tão somente.

Por que não há um espaço mental maior para o trato espiritual? Quais as causas desse descaso? Desconhecimento? Falta de interesse? Pouco adestramento no trato com os temas superiores?

Quais os pensamentos que estão em minha mente e se dedicam às coisas de ordem espiritual? São, naturalmente, os pensamentos colhidos dos estudos de ensinamentos de ordem superior. Mas são pensamentos tão pequenos e que necessitam de um cuidado todo especial que, às vezes, ou muitas vezes, durante o dia, pouco atuam no cenário mental e quase nenhuma influência têm em minha conduta diária. Por que? O que está faltando para que eles sejam mais ativos e tenham uma participação mais efetiva nesse recinto de minha mente?

O que sei de minha mente?

Sei que há nela pensamentos de longa data, de diversa índole, alheios ao ideal de superação, comuns, que atendem, como disse, a preocupações de ordem comum, material. O que deve me interessar são os pensamentos de outra índole, afeitos às tarefas do aperfeiçoamento. Dar cabida na mente a pensamentos elevados é a solução.

Mas não basta ter pensamentos elevados na mente é preciso que eles tenham uma atividade dentro dela. Eu me pergunto, então, quais os pensamentos superiores que estão em minha mente e que atividades desenvolvem? Ou estão ali impedidos de atuarem porque o espaço mental é pequeno ou quase nenhum para eles? Qual é a sensação que tenho? Como sair desse estado? Como conquistar mais espaço mental para os pensamentos de natureza superior?

Quantos pensamentos próprios tenho na mente?

São todos alheios?

E as faculdades mentais? Como estão as minhas?

Tenho feito observações consciente? Que uso tenho feito de minhas observações?

E a faculdade de pensar, como a tenho usado?

Estou realmente pensando?

E a de refletir? E a de raciocinar?

Quando estou diante de um problema, uso minhas faculdades mentais para solucioná-lo? Ou me valho de pensamentos alheios?

Qual a solução que tenho dado a minha vida?

Qual é a solução melhor ou feliz para a vida?

Penso que a solução para a vida é a busca do eterno, através do conhecimento transcendente. Eternizar a vida é a solução. Ir em busca das causas permanentes. Romper com o circunstancial, com o efêmero, com o passageiro. Construir no eterno. Pensar no eterno. Elevar a vida. Como?

Sinto que devo me ilustrar muito com o conhecimento que derramará luzes no recinto mental que ainda se encontra na penumbra. A minha consciência não a ilumina satisfatoriamente. Devo me valer de uma consciência superior para iluminar a minha mente.

O mundo interno é ainda um grande desconhecido para mim. Conheço muito pouco ou quase nada desse mundo íntimo, tenho referências maravilhosas dele fornecidas pelo conhecimento, mas ainda não o conheço com meu entendimento. Ainda falta disposição para penetrar mais profundamente nesse mundo interno que me descobre o ensinamento dessa natureza.

Não sou dono, posso dizer de meu mundo interno. Dele nada conheço.

O que sou? Quem fui? E o que serei? O que estou sendo? Quero ser o quê?

Para onde vou? Onde estive? Para onde estou caminhando? Onde quero chegar?

 
Qual o meu ideal? E o meu arquétipo? O que já concretizei dele? Está muito distante de mim?

 
O que quero da vida? E o que ela quer de mim?

 
Por que estou nesta Terra? E quanto tempo ficarei por aqui?

 
Qual a minha missão?


O que devo fazer pela vida?


Por que sou o que sou?

 
Onde está a criança que fui? O que dela resta dentro de mim?


Que consciência tenho da vida? Da vida que vivi, da que estou vivendo e da que viverei no futuro?


O que tem tudo isso a ver com a mente?


É na mente onde está a origem de tudo?


Sim, é nela que encontrarei a resposta a todas essas inquietudes. Se ela é, pois, a causa primeira, nela encontrarei as soluções e as respostas. Por isso, devo conhecê-la a fundo.


O que existe dentro de minha mente? Só com o conhecimento poderei ver melhor com os olhos do entendimento.


Em minha mente se encontram os pensamentos. Quais?


Dependendo das circunstâncias da vida, alguns pensamentos gravitam nela com mais intensidade.


Na convivência, alguns predominam e se refletem na conduta. Quais?


Na convivência com familiares, alguns estão presentes. Na convivência com outros seres humanos, os pensamentos não são os mesmos. Por que? O que está por traz disso? O que está ocorrendo em minha mente?


Estou aprendendo que em toda convivência, seja ela com familiares ou outros seres, posso conhecer-me mais. Conhecer os pensamentos que atuam. Conhecer os pensamentos que ditam a conduta a ser adotada.


Refletindo e estudando sobre a propensão ao isolamento conclui-se que o isolamento não é benéfico para aquele que se dispõe a aperfeiçoar as suas condições internas.


Na convivência, ou melhor, nessa convivência com os familiares coloco à prova os recursos internos com que conto e, também, deixo de manifesto os pensamentos que predominam em minha mente.


Nessa convivência, as faculdades mentais funcionam e os pensamentos se movimentam no recinto mental, pois são provocados e até convidados a atuar.


Na convivência no ambiente familiar, próximo ao meu interno, íntimo, alguns pensamentos que vivem em minha mente atuam e se desenvolvem dentro da mente, cumprindo um objetivo de atender as atividades que ali sou levado a exercer.


Na convivência na família, outros pensamentos tomam a frente e se expressam na conduta.


De fato, nas várias convivências é que encontramos o incentivo para não mantermos inertes as faculdades da mente e os pensamentos que nela vivem.


Na convivência combato o egoismo, cultivo a sociabilidade e cumpro com uma lei natural de sobrevivência.


Quais os pensamentos que convidam ao isolamento? Os de ceticismo e os de indiferença.


Qual a causa da propensão ao isolamento?


É na convivência que se pode avançar no aprimoramento de nossas características e alcançarmos o aspirado conhecimento de si próprio. Enfim, quem quer se conhecer melhor e de forma real e efetiva não deixe de conviver nos vários ambientes que nos é dado fazê-lo, com os demais.















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